24 junho 2007

Meia Maratona

Óia eu na foto do Globo sobre a Maratona (e a meia) de 24 de junho!

Fala aê, galera...

Segue matéria da Veja sobre música durante corridas:

http://vejaonline.abril.com.br/notitia/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=1&pageCode=1287

Sinceramente, não consigo entender como ouvir música poderia atrapalhar! Exceto, é claro, se vc resolver correr na beira de uma estrada e depender de ouvir as buzinadas pra não ser atropelado e sobreviver...

Aê.... hj corri a meia maratona.. Ouch.

Não estava preparado, definitivamente - nunca estou, eu sei - pois havia parado 4 semanas por causa de uma gripe forte e só corri 3 vezes na semana passada. E a maior delas foi só de 8 km....

Mas lá fui eu. A idéia original era dar força (do km 32 pra frente...) para uma amiga (Cláudia!) minha que (possivelmente) correria a maratona... Como ela não correu, parti para o plano B, que já havia
sido muito bem executado pela primeira vez no ano passado: iniciar a meia e, ao chegar
na frente de casa, no Lido, discretamente, sair fora.... hehehehe.... Pelo menos guardaria mais um chip de recordação....

Buenas, a saída foi na Barra (no Pepê) e depois eu perceberia que isso
atrapalharia um pouco os meus planos.

Comecei muuuito devagar, mas muito mesmo. Já que tinha a certeza de não completar, que pelo menos me divertisse curtindo "o percurso mais bonito do mundo", segundo a organização. E tava bonito mesmo... tudo pronto pro Pan...

Esse ano, definitivamente, tinha muito mais pernas bonitas do que nos outros anos.... Vai entender... E lá fui eu, admirando a paisagem (e as pernas). Correr com música defintivamente ajuda, nunca questione isso.

Ainda bem que fizeram a gente correr pela Niemeyer pela parte de baixo, fora do Sol. Aliás, sair as 8h é infinitamente melhor do que aquela saída Global das 09:40 da meia maratona de setembro... (a Meia Maratona do Rio de Janeiro - estarei lá!).

Como estava sozinho, escolhi alguém como referência (duas belezuras), que parecia ter o mesmo ritmo que o meu, e toca a correr. Uma delas corria igualzinho aquela mulé da propaganda do Terra! Essa tática sempre dá certo quando corro sozinho. Se a referência resolver disparar (ou eu afrouxar) é só escolher outra.

Que beleza.. a gente sente que tá vivo. As referências mantinham o meu ritmo e vice-e-versa. Até tocou "I'm gona live foreeeever" essa hora...

A coisa começou a desandar no final da Niemeyer, quase no Leblon. Uma dorzinha esquisita, inédita, me fez pensar se não ficaria assado... Lembrando dos quilinhos que ganhei no mês da gripe e nos últimos anos
em geral, fiquei com a estranha certeza de que ficaria assado
antes da desistência, no final de Copa, ainda a mais de 7 km de distância. Mas encarei, afinal, tava chegando a hora de pular fora.

Mas as coisas estavam conspirando ao meu favor.. Uma hora senti a boca completamente seca e já havia parado de dar as minhas habituais cuspidas a la Riquelme há vários km... Na verdade eu me sentia seco em geral.. mas não só por falta de água.. era falta de isotônico e tudo aquilo que vem junto com ele. Pois não é que justamente quando eu mais sofria com a falta de líquido a equipe da Suando a Camisa (Inthegra) apareceu nesse exato momento, do nada, bem antes de onde eu entendi que eles estariam, e o Leandro me deu um copão de isotônico! Ora.. ora.. vamos em frente.. faltam só 7 km até minha casa...

Bem, o meu ritmo caiu um bocado e perdi as minhas "referências".. E pela primeira vez invejei um pessoal que corria com aqueles shorts de lycra por baixo...
Opa! Por outro lado, percebi que quase todo mundo que usava tal proteção era gordinho... Pensei então... ooops.. melhor não assumir essa característica de gordinhos e continuar a enfrentar as assaduras. Ou emagrecer... mas aí já é outra estória.

Entrando em Copa, a minha moral sempre se eleva, afinal, é a minha casa. Não deu outra... no início cruzei com meu pai, que caminhava sem nem saber que eu ia correr e fez uma festa quando cruzamos e eu o chamei.

Nessa corrida havia vários postos da Gatorade, coisa que não acontecia há muito tempo!... aí a sensação de secura foi melhorando. Mas aquele isotônico da Suando a Camisa no Leblon foi mesmo o mais importante deles...

No final de Copa cruzei com a minha mãe que, como sempre, fez um berreiro. Ela tb não sabia e não estava esperando quando agitei os
braços e chamei a atenção dela. Lá fui eu... já assado de verdade, mas feliz.

Quando eu estava prestes a parar... perto da Princesa Isabel, eis que me dou conta que era o km 16! A saída da corrida na Barra em vez de São Conrado foi decisiva!... ora, porra... lembrei das palavras clássicas do meu amigo Tadeu .. "o que é um pe*** para quem já está todo cag###?"... só
faltavam 5 Km, ou um quarto do total!... Seja o que Deus quiser. Ou o capeta. Agora eu vou nem que seja tirando daqueles 30% que sempre estão lá quando pensamos que chegamos no final das forças.

Aí vem o túnel novo e Botafogo, trechos totalmente desprovidos de atrações.... Nessa hora lembrei de todas os estímulos militares que já ouvi na vida... "joga a cabeça pra frente, pq ela não separa do corpo, logo, ele vai companhar"... "quando o militar chega no fim de suas forças, ainda restam 30% (é recursivo)"... "quando o corpo não aguenta, a moral é que sustenta"... e assim fui, ao som dessas
besteiras... e do meu iPod.

Eles colocaram as placas dos km da maratona bem próximas das placas da meia maratona... Isso não deixou de ser interessante! Quando eu via "KM 19" para mim, tb via "KM 40" para os maratonistas... e não deixava de pensar... "PUTZ... sempre tem alguém pior do que a gente!" (é outra máxima militar).

Agora, manter a freqüência cardíaca em 163 já estava difícil.
Rapidamente ela subia para 166 e eu desacelerava. O meu máximo é 169, mas nunca cheguei lá dessa vez. E desacelerar nessa hora era um porre, pq já via a curva de Botafogo para o Flamengo... E dessa vez não tinha
a mortal ida até o Santos Dumont!!.. Yeees! Era só virar ali mesmo e chegar no final.

Daí vieram caimbras na perna esquerda.. que eu habilmente percebia no início do surto e conseguia evitar que me pegassem de fato. Se
pegassem, já era. As assaduras eram generalizadas... Pô.. caimbras no km 19 é uma tremenda sacanagem...

Surpresa! No km final, já no maior prejuízo, encontrei uma das minhas "referências" novamente! A mais bonitinha havia sumido... mas ainda assim o encontro
foi motivador (pra mim, pq se ela me visse, desistia)!

Eis que no final houve mais uma conspiração ao meu favor... a Maratona saiu junto com a Meia, só que 21 km atrás, claro, lá do meião da Barra... Não é que os primeiros da Maratona acabaram chegando ao mesmo tempo que euzinho, quase morto, na Meia? A conseqüência disso foi uma
tremenda festa! Motociletas, câmeras, buzinas, sirenes, aplausos, berros, música alta, enfim... uma festança! Se eu tivesse mais um pouco de forças, teria levantado os braços e dito "obrigado,
obrigado"... "autógrafos daqui a meia-hora!"...
Eu e o campeão largamos 0800h e fizemos exatamente o mesmo tempo... 2h 18min !!! Nos
metros finais eu o deixei passar, afinal, ia ficar chato eu romper a faixa na frente do cara... VEJAM A FOTO!

Foi um final emocionante....

Buenas, dessa vez, as conseqüências foram várias.. dor em tudo, até em lugares que nunca doeram, como as laterais das costas. Durante as tentativas de alongamento, já no conforto da barraca da Inthegra, quando eu alongava a coxa (frente), dava caimbra do outro lado da coxa
(atrás)... quando alongava a panturrilha, dava caimbra na canela...
depois deu caimbra até na sola do pé e... EU JURO.. em alguns DEDOS DO PÉ!... putz.. fiquei quieto sentado e não alonguei mais nada... Depois dormi tanto que agora não tenho sono.... e acabei pentelhando vcs.. hahaha....

Pô.. caimbra no dedo do pé ninguém merece...

Corra com música!
Sempre tem alguém pior!
Vc não precisa correr os 42 para participar da festa da chegada!